Bem vindos

Não sei bem quando comecei a escrever, mas posso dizer que sempre amei. O que as pessoas não ouviam, meus muitos cadernos guardavam. Sempre foi assim. Poucos liam o que eu escrevia, porque tinha vergonha que fosse amador demais, mas principalmente porque não queria que soubessem o que me vinha na alma.
Não posso dizer que quem lê o que escrevo sabe quem sou, mas pode ver a complexa construção que acontece dentro de mim diariamente. Eu me encontro quando escrevo. Escrever me liberta, me deixa mais leve, com mais cor, mais vida, mais alma.

Lembro de escrever dissertações sobre assuntos sérios, mas também de ir madrugada a dentro escrevendo uma carta de amor. Já derramei meu coração com lágrimas em singelos bilhetes de desculpas, como também  linhas de fúria que nunca enviei a ninguém. Sempre me comuniquei melhor escrevendo. Sou melhor escrevendo do que falando, acreditem. Uma grande amiga minha diz que pareço que estou psicografando quando escrevo, porque me entrego as palavras e me desligo do mundo. Acho que é mais ou menos por ai.

E a partir de agora, abro algumas dessas minhas folhas internas para quem quiser ler. De amigos queridos a pessoas que nunca conhecerei. Convido-os a entrar no meu recanto. Não reparem a bagunça, afinal estou em construção. Em todos os sentidos. São falas de um coração de criança. São poemas de uma apaixonada. São sentimentos. São palavras. Sou eu.